Lúpus Eritematoso Sistêmico-colaboração Dr. Felipe Aubin

Lúpus Eritematoso Sistêmico-colaboração Dr. Felipe Aubin

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Os sintomas podem surgir em diversos órgãos porém costuma afetar principalmente pele e articulações. Existe uma forma com sintomas restritos a pele que é chamada de Lúpus Cutâneo. As lesões cutânea se caracterizam por deixar a pele avermelhada ou eritematosa (por isso o nome Lúpus Eritematoso) principalmente em locais do corpo expostos a luz. As lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta (a distribuição no rosto lembra uma borboleta) e que não deixam cicatriz.

Alguns sintomas são gerais como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Nesta fase inicial é muito difícil chegar ao diagnostico de Lúpus, pois são sintomas semelhantes a outras doenças mais comuns. Outras queixas incluem dor nas articulações, aftas, inflamação/derrame na membrana pulmonar(pleura) e coração (pericárdio), hipertensão e/ou problemas nos rins (nefrite) além de alterações neuro-psiquiátricas que podem fazer parte do quadro. Estes últimos são mais graves mas felizmentemenos frequentes. Alterações em exames de sangue são comuns como anemia e glóbulos brancos baixos O lúpus pode afetar qualquer pessoa, mas existe uma preferencia por mulheres jovens ainda em idade fértil, com pico de surgimento entre 20 e 40 anos. A literatura cita até 9 mulheres para cada homem acometido. Infelizmente pode surgir em qualquer idade, inclusive crianças, gerando transtornos para vida adulta caso não seja bem tratado. Ainda entre as mulheres, aquelas de origem afrodescendentes possuem maior chance de serem atingidas. É preciso destacar que não é transmissível. O lúpus é multifatorial, ou seja, vários fatores juntos fazem a doença aparecer. Talvez essa seja a principal característica que dificulte o tratamento e a conquista da cura. Entre esses fatores, existe o genético, no qual já foram identificados alguns genes relacionados com a doença, porém nenhum isoladamente causa lúpus. Hormônios femininos como estrógeno, luz ultravioleta vinda do Sol ou de lâmpadas, também são importantes gatilhos para surgimento do lúpus e suas crises. Alguns medicamentos e infecções também podem desencadear a doença. O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas. Algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características e habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico e verificar atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN(fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico na maior parte das vezes. Caso FAN apareça negativo praticamente excluímos a possibilidade da doença.